Sistema de Submissão de Resumos, II ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2012 (ENCERRADO)

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Tecnologias Ambientais no setor metalomecânico do Grande ABC: novos negócios e ganhos de competitividade
Darlene Dias, Thiago Leite Gonçalves

Última alteração: 2012-11-13

Resumo


INTRODUÇÃO: A trajetória de desenvolvimento econômico e tecnológico da indústria metalúrgica do Grande ABC (GABC) apresenta diversas fragilidades, como a instalação de empresas na região sem qualquer planejamento e exigência estratégica nos anos 70, e em decorrência, a região perdeu muitas indústrias na década de 90 por conta do enfraquecimento da produção industrial local que preferiu outros locais com maiores incentivos fiscais e menor custo de trabalho (Xavier, 2007). A situação gerou a necessidade de criação de novas alternativas a atratividade empresarial, independentes de incentivos fiscais ou redução de impostos. Uma possível solução seria utilizar o desenvolvimento tecnológico como mecanismo de diferenciação e competição entre as empresas, principalmente se estiver dando a devida importância à variável ambiental. Este trabalho contempla a parcela do setor metalomecânico do GABC que não faz parte da indústria automobilística. Investiga e analisa a morfologia, os aspectos críticos, os resultados e as implicações do uso das tecnologias ambientais atuais nessas empresas. METODOLOGIA: 1) Revisão bibliográfica - definição, conjuntura e caracterização do setor metalomecânico no GABC. 2) Entrevistas presenciais junto aos responsáveis das empresas envolvidos a área ambiental. RESULTADOS: De 500 empresas mapeadas pela pesquisa feita pela INPES-USCS sobre o setor metalomecânico, 50,8% estavam localizadas no ABC (sendo 47,24% presentes em São Bernardo do Campo) e em Diadema sua maior concentração – 28% do total de empresas, em 2008 (140 unidades). Em 2008, o setor metal mecânico do Grande ABC (GABC) era composto por 49% de pequenas empresas, 34,6% de microempresas, 14,6% de médias empresas e 1,8% de grandes empresas - FIGURA 1, (INPES-USCS et. al, 2009). Todas as empresas de grande porte possuíram faturamento superior a 9 milhões e seissentos mil reais em 2008. Entre as medias empresas 86,5% obtiveram esta mesma fatura, e apenas 12,65% das pequenas empresas e 1,2% das micro. Cerca de 33% das microempresas obtiveram faturamentos inferiores a 600 mil reais (INPES-USCS, 2009). Os principais produtos finais das empresas metalomecânicas do GABC foram conexões para tubos e freios, usinagem de máquinas e brocas diamantadas. Separadamente, observou-se que para as microempresas, extratora de sucata e banhos de níquel eletrolítico tiveram grande destaque e para o último exclusividade (INPES-USCS, 2009). Dentre a ampla gama de empresas, as microempresas foram as que menos inovaram em produto, assumindo uma intensidade inovativa de apenas 24,9% contra uma de 89,9% das grandes empresas (INPES-USCS, 2009). No campo de inovação de processo, apesar de um díspar menor, as microempresas apresentaram taxa inovativa de 29,5%, contra uma de 66,7% das grandes empresas em 2008 (INPES-USCS, 2009). A respeito de cooperações com demais empresas, fornecedores, universidades, clientes, concorrentes, entidades de classe, institutos de pesquisa, organizações governamentais e governo para o desenvolvimento sua existência cabe a uma parcela ínfima. Sobre financiamentos para inovação, como Fundos Setoriais, FINEP, BNDES, FAPESP, CNPQ e Lei do Bem, surgiu um não atendimento do programa às microempresas e uma não utilização do programa pela média empresa. Sobre a gestão ambiental em 2008, o setor metalomecânico apresentou em 6% das 500 empresas o ISO 14001, 4,2% o ISO 14000 e 1% o SA 8000, para as entrevistadas por este projeto nenhuma apontou o uso da certificação. Foi apontando a existência e cobrança de uma gestão ambiental que peca por parte de seus resíduos comporem um grupo no qual não exista ou não se encontra empresas certificadas para o correto descarte. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A receita empresarial no setor metalomecânico se mostrou diretamente proporcional ao grau de inovação da referida empresa. O espaço territorial se mostrou um impedimento ao crescimento físico das pequenas e micro empresas, uma vez que a aquisição de espaços maiores esta escassa na região de Diadema e Mauá, que apesar uma zona com menor ocupação, a mesma não oferece estruturas mínimas para implantação, como dutos para o escoamento de esgoto e vias asfaltadas.Uma readequação de programas governamentais para atender melhor o setor se faz necessária, principalmente no que diz respeito a políticas de financiamento e sua direção a micro e pequenas empresas, regimentos legais que abordam as formas de contenção e prevenção ambientais, como também o redesenho da rede que é responsável pelo descarte de materiais e sua vigilância. Cooperações entre empresas do setor e centro de pesquisas da região se mostram fracas.