Sistema de Submissão de Resumos, II ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2012 (ENCERRADO)

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Variantes genéticas em regiões codificantes do gene TYK2 como fator de risco para a endometriose
Carla Peluso, Cecília Schwartzman Goldman, Bianca Franco

Última alteração: 2012-11-13

Resumo


Introdução: As teorias imunológicas sugerem que alterações no sistema imune poderiam impedir a capacidade de eliminar o endométrio da cavidade pélvica. A tirosina quinase 2 (TYK2) estimula a expressão de vários genes, levando à produção de IL-23 e IL-17, citocinas pró-inflamatórias das células natural killer e células T CD4+ e CD8+. Esta cascata de sinalização desempenha papel importante na diferenciação das células T CD4 + inativas em células Th17, que estão envolvidas no controle da resposta imune e na mediação da inflamação. Portanto, o gene TYK2 tem importância crucial na etiologia de doenças autoimunes e inflamatórias. O TYK2 contém muitos polimorfismos e, recentemente, diversos estudos caso-controle foram conduzidos para investigar a associação desses polimorfismos com doenças autoimunes e doenças inflamatórias com resultados conflitantes. Objetivo: Avaliar a frequência dos polimorfismos rs34536443 e rs12720356 nos éxons 23 e 15, respectivamente, do gene TYK2 em mulheres inférteis com e sem endometriose e no grupo controle, e correlacionar o estádio da endometriose aos achados genéticos das portadoras de endometriose. Material e Métodos: Foram triadas 275 portadoras de endometriose, 92 mulheres com infertilidade idiopática e 307 mulheres férteis sem história de endometriose e/ou doença autoimune. Os polimorfismos do gene TYK2 foram identificados por PCR quantitativa em tempo real. Os resultados foram analisados estatisticamente. Resultados: A análise de único marcador revelou uma associação positiva entre o polimorfismo rs34536443 e proteção contra a endometriose relacionada com infertilidade (p=0,001, OR=0,34, 95% IC=0,17-0,65), principalmente no grau moderada/grave da doença (p=0,096, OR=0,47, 95% IC=0,21-1,07 e p=0,002, OR=0,24, 95% IC=0,09-0,62, respectivamente, para endometriose mínima/leve e moderada/grave. Nenhuma diferença estatística foi encontrada em relação a infertilidade idiopática e o polimorfismo estudado (p=0,179, OR=0,51, 95% IC=0,21-1,23). Nenhuma associação foi encontrada considerando o polimorfismo rs12720356. Conclusão: Em conclusão, os resultados sugerem que, na população brasileira estudada, o polimorfismo rs34536443 está associado com uma diminuição do risco de desenvolvimento de endometriose relacionada com a infertilidade, especialmente no grau avançado da doença.