Última alteração: 2012-11-12
Resumo
O Brasil, em um ranking de 125 países, onde são avaliadas as mortes violentas, se posiciona como o 15º país mais violento do mundo. Cientes do contexto onde nos enquadramos, o presente artigo trata inicialmente do perfil da vitima, muitas vezes semelhante a dos algozes que são basicamente os jovens negros do sexo masculino, que vivem nas regiões metropolitanas e com baixa renda.
Em seguida é feita uma discussão sobre as principais possíveis causas da violência no Brasil, as quais se incluem: o consumo e o tráfico de drogas; a facilidade ao acesso às armas; o crescimento desenfreado da população urbana; o policiamento repressivo; a exclusão ligada à desigualdade socioeconômica; a falência do sistema de justiça criminal e, não menos importante, a falta de uma Política de Segurança Pública consistente e contínua.
No item seguinte aborda-se cada região do Brasil. Na última década, todas as regiões apresentaram elevado aumento nos índices de homicídios, com exceção da região sudeste que foi capaz de reduzir suas taxas de homicídios. O próximo passo executado é a analise do Estado de São Paulo - entre 1998 e 2008 o Estado foi capaz de reduzir sua taxa de homicídios em 62,4% -atualmente apenas os estados Santa Catarina e Piauí apresentam índices melhores que os paulistas.
Chegamos, então, à região de interesse, o Grande ABC, que no ano de 2011 conseguiu atingir uma importante marca, fechando o ano com menos de 10 homicídios a cada 100 mil habitantes. O que se vê nos últimos 10 anos é uma redução gradativa, consistente, de 74%. Cada município foi pesquisado e analisado para que pudéssemos ter um panorama da região. Por exemplo, observando a participação de cada cidade no que tange os homicídios para a Região do ABC, Diadema respondia em 1999 por 36,73% dos homicídios na região e em 2011 por 17,6%.
Por fim, tentou-se verificar se as causas possíveis da violência discutidas anteriormente tem relação com os homicídios no ABC. Observamos que o coeficiente GINI não varia muito entre os municípios estudados, indo de 0,36 em São Caetano do Sul a 0,40 em São Bernardo do Campo. Porém, São Bernardo do Campo, com maior desigualdade de renda, apresenta um número elevado de homicídios, pelo menos próximo à medição do coeficiente GINI mostrado, no ano 2003, enquanto São Caetano do Sul exibe números baixos de criminalidade e um excelente performance sócio-econômico e de serviços públicos à população do município.