Sistema de Submissão de Resumos, II ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2012 (ENCERRADO)

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ESTUDO DA BIOCOMPATIBILIDADE “IN VITRO” DE BIOMATERIAIS CERÂMICOS
Christiane Ribeiro, Rodrigo Teixeira Bizon

Última alteração: 2012-11-12

Resumo


Introdução: O desenvolvimento de materiais funcionais na área clínica exige uma série de caracterizações e dentre elas, a análise do comportamento biológico é sempre recomendada. Estudos onde se avaliam a reatividade desses materiais sempre antecedem os experimentos in vivo. Uma das alternativas para se avaliar o comportamento em ambiente biológico é usando testes in vitro, a partir de soluções simuladas, como o SBF (Solution Body Fluid), uma solução simulada do plasma sangüíneo humano, alternativa bastante relevante para previsão da biocompatibilidade, sendo a principal abordagem deste trabalho. Objetivos: Avaliar os materiais de partida, obter e caracterizar fisicamente as cerâmicas de fosfatos de cálcio e avaliar a biocompatibilidade in vitro, utilizando SBF. Metodologia: Os materiais utilizados foram: Hidroxiapatita, HAp e b- fosfato tricálcico, TCP . Os pós foram caracterizados por DRX, distribuição de tamanho de partículas, área superficial específica e MEV. Misturou-se os pós de HAp e b-TCP em diferentes proporções, em massa (50% de cada fase-5H; 75%HAp-25%TCP, 7H2T e 25%HAp-75%TCP, 2H7T) seguidos de conformação em matriz cilíndrica por prensagem uniaxial e isostática (200MPa). As amostras de HAp foram sinterizadas a temperatura de 1100o C/1h; para a mistura 7H/2T - temperatura de 1200o C/30min e para as demais composições, 1250o C/30min. Em seguida, as cerâmicas foram caracterizadas quanto a reatividade in vitro, utilizando SBF por período de até 21 dias, sendo investigados variação de pH, massa, e a camada depositada por MEV e DRIFT. Resultados: Foram observados valores dispersos nas medidas de pH das soluções e de massa das amostras, em função do tempo. Análise por EDS revelou a presença de uma camada de natureza semelhante à biologicamente ativa, sendo constituída predominantemente de íons cálcio e fósforo e, em pequena quantidade, íons: O–2, C+4, Na+, Mg+2, e Cl-. Os espectros de infravermelho, revelaram uma camada de natureza pouco cristalina e de pequena espessura. Nos testes in vitro, a fase depositada sobre as cerâmicas é inicialmente amorfa, podendo ser cristalizada sob a forma de HCA, em tempos mais longos, pela incorporação de CO3-2, banda detectada nas amostras. Conclusões: Os pós caracterizados são considerados de boa qualidade para obtenção de biocerâmicas densas. As cerâmicas apresentaram reatividades diferentes em SBF; as bifásicas e a totalmente reabsorvível, apresentam condições cineticamente mais favoráveis à nucleação, devido a maior tendência a saturação, facilitando a precipitação. A camada depositada apresenta aspecto globular sendo constituída, inicialmente, por agregados de morfologia característica de fases precursoras da apatita biológica nestas condições.