Introdução:

Instrumentos para detecção e medição de radiação, em geral, são difíceis de se encontrar e podem apresentar custo elevado para uso pessoal. Em face do crescente risco de contaminação com materiais radioativos decorrentes de possíveis acidentes nucleares, este trabalho oferece uma alternativa para a detecção de níveis nocivos de radiação.

 Objetivos:

Neste trabalho, investigam-se formas práticas de se desenvolver aparelhos para detecção de níveis nocivos de radiação, sendo proposto o projeto de três destes aparelhos: a) Contador com tubo Geiger; b) Contador com material semicondutor; b) Detector com câmara de ionização.

 Metodologia:

Inicialmente, é realizado um estudo sobre os tipos de radiação e as formas de medição. Em seguida, empregando um simulador de circuitos, são projetados três aparelhos práticos: a) com válvula Geiger; b) com material semicondutor adaptado para funcionar como sensor de radiação, averiguando-se o emprego de transistor bipolar, de fotodiodo PIN e de transistor de ponto de contato de germânio; c) com câmara de ionização constituída de um recipiente metálico contendo ar. Após a montagem dos aparelhos, são feitos ensaios com amostras radioativas seguras usadas em kits didáticos. Finalmente, são fornecidos todos os detalhes dos circuitos, permitindo a reprodução dos mesmos.

 Resultados:

Os ensaios com amostras radioativas permitiram determinar a taxa de exposição média e a distribuição estatística dos pulsos no contador Geiger e no detector com fotodiodo PIN. Os testes da câmara de ionização permitiram medir a corrente de ionização produzida numa câmara contendo ar.

 Conclusão:

Verificou-se que o Contador Geiger ainda é o equipamento mais indicado e confiável dentre os detectores de radiação estudados, pois o dispositivo mostrou-se bastante robusto perante interferências externas; como desvantagem, deve-se ressaltar a dificuldade de se encontrar válvulas Geiger. Já o Detector a fotodiodo se revelou como uma boa alternativa, principlamente, em termos de custos; contudo, apresentou-se muito sensível a interferências externas, impossibilitando seu uso em campo. E a câmara de ionização foi o aparelho mais indicado em termos de custo e de facilidade de construção, podendo ter sua sensibilidade ajustável; no entanto, devido à necessidade de se medir correntes da ordem de picoamperes, o circuito apresentou grande sensibilidade à presença de indução de correntes pelo movimento de objetos com eletricidade estática, devendo-se blindar bem o aparelho para evitar este tipo de perturbação. A câmara de ionização serve apenas como alarme para indicação de níveis nocivos de radiação, não indicando o valor exato da quantidade de radiação existente.