Sistema de Submissão de Resumos, II ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2012 (ENCERRADO)

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Células tronco obtidas a partir de dentes decíduos: da prática laboratorial a aplicação clínica
Vanderley Espirandelli, Christiane Bertachini Lombello

Última alteração: 2012-11-12

Resumo


Introdução: A polpa dentária tem sido estudada como fonte para células tronco, pela facilidade de obtenção e pelas características que estas células apresentam. Diversos estudos demonstram que as células tronco isoladas a partir da polpa de dentes decíduos, apresentam grande capacidade de diferenciação em células neurais, osteoblásticas, condroblásticas, adipócitos e miócitos. A obtenção e o processamento dos tecidos dentários para o isolamento das células tronco são fundamentais para o cultivo destas e a proposição de aplicação clínica.

Objetivo: O objetivo do presente estudo é o levantamento sistemático de informações sobre células tronco isoladas a partir de dentes decíduos, bem como o uso experimental e/ou clínico destas células para terapia celular e engenharia de tecidos.

Metodologia: A revisão sistemática de literatura foi realizada em sete etapas distintas. A primeira etapa corresponde à formulação do questionamento para definir o tema da revisão bibliográfica. As demais etapas referem-se a: localização e seleção de artigos publicados; avaliação crítica destes; coleta de dados; apresentação dos dados; interpretação dos resultados; aprimoramento da revisão.

Resultados: Foram identificados 58 artigos científicos publicados nas bases de dados Pubmed e Scielo, relevantes para o isolamento e a caracterização de células tronco a partir de dentes decíduos, entre artigos inéditos e revisões bibliográficas. A presença de células da linhagem mesenquimal na polpa do dente decíduo, aliada a facilidade de sua obtenção e sua alta capacidade de proliferação, implica em que esta fonte de células mesenquimais seja uma estratégia interessante no tratamento de futuras doenças crônico-degenerativas. Alguns exemplos do uso terapêutico que as células tronco, obtidas a partir de dentes decíduos, abordam um amplo espectro de indicações, incluindo a reparação craniofacial, reconstrução do epitélio corneano, reparo de lesões hepáticas, tratamento de patologias neurais e isquemia cerebral, e lesão aguda da medula espinhal. Outras possibilidades de aplicação destas células, até o momento relatadas para células tronco mesenquimais de medula, incluem a reparação cardiovascular, tratamento de fibrose pulmonar, reparo de tecido ósseo e condral.

Conclusão: Apesar dos estudos já efetuados, os aspectos práticos quanto à obtenção destes tecidos, são de fundamental importância em virtude do potencial que estas células têm para aplicação em tratamentos. A proposição das bases para o desenvolvimento de uma nova metodologia que agregue os melhores métodos até agora descritos, e principalmente os limites entre a obtenção do dente decíduo e seu processamento, é conseqüência lógica deste trabalho, visando a obtenção de banco de células tronco de dentes decíduos.