Sistema de Submissão de Resumos, II ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2012 (ENCERRADO)

Tamanho da fonte: 
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL COMBUSTÍVEL E DE MITIGAÇÃO BIOLÓGICA DE CARBONO POR FITOFLAGELADO DA COSTA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Rodolfo Sbrolini Tiburcio, Thaís Abreu Nunes, Thaís Cristina Sellare, Thaís Cristina Sellare, Thaís Cristina Sellare, Thaís Cristina Sellare

Última alteração: 2012-11-23

Resumo


O aumento das concentrações de CO2 na atmosfera nos últimos anos tem gerado uma intensificação no efeito estufa. Devido às altas taxas de fixação de carbono pelas microalgas, estes microorganismos surgem como uma alternativa para reduzir os níveis de CO2 atmosférico. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi de avaliar o potencial combustível da biomassa algácea e de mitigação biológica de carbono de uma cepa de fitoflagelado pertencente ao Banco de Microrganismos Marinhos (BMM), isolada na costa do estado de São Paulo. Para isso foram realizados cultivos estanque em triplicata.

            As células foram cultivadas em meio Guillard f/2, preparado com água do mar de Ubatuba, sem adição de carbono e mantido à 20 (±1)°C e irradiância de 300 μE.m-2.s-1, com fotoperíodo de 12 horas de exposição à luz e 12 horas de escuro, com borbulhamento de ar, as quais foram acompanhadas a partir da avaliação da densidade celular.

            A coleta da biomassa foi realizada por centrifugação dos cultivos na fase estacionária para posterior liofilização e determinação do peso seco. Esses dados foram utilizados para a quantificação da produtividade de biomassa e análise de teor lipídico. A microalga avaliada apresentou, além de alta produtividade de biomassa, um rápido crescimento, características fundamentais para produção de biocombustíveis. Mas, os teores de lipídio foram baixos (3,95 ± 0,32% / biomassa seca). Entretanto, em razão do seu rápido crescimento e alta produtividade de biomassa, o baixo teor lipídico poderá ser compensado. Resultados anteriores do nosso grupo de pesquisa demonstram que não só o teor lipídico deve ser levado em consideração para a seleção de uma espécie para a produção de biodiesel, mas altas taxas de crescimento e de produtividade de biomassa devem ser contabilizadas para viabilizar a produção em larga escala de biocombustíveis. Além disso, a associação entre produção de biodiesel, sequestro de CO2, tratamento de efluentes, entre outras atividades que geram ativos ambientais, a partir da produção de biomassa de microalgas para fins energéticos, poderão agregar benefícios e redução de custos operacionais, aumentando a viabilidade econômica do processo.

            Pode-se concluir que esta microalga apresenta potencial para ser utilizada para mitigação biológica de CO2, além do seu emprego para a produção de biocombustíveis e de outros bioativos, isto é, a utilização total da biomassa para fins energéticos e não energéticos (conceito de biorrefinaria), além da sustentabilidade ambiental da produção de microalgas em escala comercial.