Sistema de Submissão de Resumos, II ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2012 (ENCERRADO)

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DISRUPTORES ENDÓCRINOS: POTENCIAL DE USO DE FUNGOS BASIDIOMICETOS NA DEGRADAÇÃO E TRATAMENTO DE MATRIZES AMBIENTAIS
Ettore Martorelli Di Genova, Dácio Roberto Matheus

Última alteração: 2012-11-13

Resumo


Introdução: Os Disruptores Endócrinos (DEs) são moléculas capazes de afetar o meio ambiente e causar danos ao sistema endócrino de diversos seres vivos e se dividem basicamente em duas classes: os hormônios naturais e as substâncias sintéticas. São largamente utilizados na indústria, na agropecuária, e na medicina. São descartados e encontrados contaminando diversas matrizes ambientais cusando problemas à saúde humana e ambiental. Apesar da proibição de uso de diversos deles e controle de outros, há que se investigar métodos de detecção e degradação dos mesmos, tendo em vista serem extremamente persistentes no ambiente.

Objetivos: Analisar a bibliografia disponível, buscando cruzar e comparar os dados sobre Disruptores Endócrinos. Identificar os melhores métodos de caracterização e identificação das moléculas em matrizes ambientais, bem como investigar as técnicas mais promissoras para a eliminação do efeito dos DEs no ambiente, em especial aquelas que utilizam enzimas lignolíticas e o potencial de aplicação de fungos basidiomicetos em processos biotecnológicos de remediação ambiental.

Mateiral e Método: foram feitos levantamentos bibliográficos a respeito do “estado da arte” das pesquisas envolvendo DEs, principalmente:

1. Moléculas já classificadas como DE, bem como o reconhecimento dos malefícios causado por eles à saúde humana e ao meio ambiente.

2. Métodos de identificação dos Disruptores Endócrinos em matrizes ambientais;

3. Processos de degradação das substâncias;

4. Legislação brasileira relacionada com a problemática dos Disruptores Endócrinos;

5. Capacidade de fungos do Filo Basidiomycota (Basidiomicetos) de degradar os Disruptores Endócrinos.

            Resultados e Conclusões: São descritas 887 moléculas como disruptores endócrinos, sendo principalmente hormônios naturais, pesticidas, aditivos plásticos, bifenilas policloradas, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs) e outros sub-produtos de processos industriais, sendo que apenas 369 destas moléculas foram localizadas em matrizes ambientais e descritos métodos de degradação. Dentre os métodos de detecção das moléculas destacam-se as técnicas cromatográficas tradicionais. Existem problemas com os níveis de detecção. Os métodos de degradação mais estudados são principalmente os de biodegradação (63%), seguidos de fotocatálise e reações de fenton. Os principais organismos envolvidos na biodegradação são bactérias (59%) e fungos (13%). A grande maioria das moléculas estudadas encontra-se em solo ou água (mais de 70%). A legislação recente de controle ambiental (2011) tem incluído os DEs nas listas de restrições. Diversos trabalhos têm demonstrado capacidade de fungos degradarem DEs em laboratório. Carecem pesquisas aplicadas à tratamento de água e solos contaminados.