Sistema de Submissão de Resumos, III ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2013 (ENCERRADO)

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NOMEAÇÃO DE OBJETOS E AÇÕES EM ADULTOS SAUDÁVEIS
Maria Alice de Mattos Pimenta Parente, Maria Teresa Carthery-Goulart, Yossi Zana, Yossi Zana

Última alteração: 2013-11-20

Resumo


Introdução: O presente estudo teve como objetivo geral investigar os mecanismos usados por falantes do português brasileiro, adultos e saudáveis, para nomear objetos e ações. Como objetivos específicos, a pesquisa focalizou (1) adequação do material de nomeação; (2) verificar as estratégias de substituição da palavra utilizadas para nomear objetos e verbos que numa situação experimental refletiriam o fenômeno “na ponta da língua” e (3) comparar tais estratégias a modelos lexicais atuais.

Métodos: Participaram do estudo 54 estudantes adultos da graduação ou pós-graduação da UFABC. Todos realizaram uma tarefa de nomeação de substantivos e de verbos que envolvia o fornecimento de três tipos de respostas: (A) nome usualmente dado ao estímulo; (B) uma palavra de som parecido com a usada anteriormente e; (C) outra forma de nomear o estímulo, caso não pudessem usar a primeira resposta dada. Todas as respostas foram fornecidas por escrito em programa desenvolvido em plataforma Matlab que apresentava os estímulos de forma aleatória e registrava as respostas. Os três tipos de resposta foram analisados com critérios psicolinguísticos de convencionalidade, lexicalidade, relações semânticas e fonológicas.

Resultados:A maioria dos participantes eram mulheres (59%) e a idade média foi 25,5 anos. Do total, 79% dos participantes eram destros e 51% apresentavam fluência em mais uma língua além do português. Para a resposta A, cerca de 95% dos participantes apresentaram respostas convencionais.Dentro das não convencionais, para substantivos observamos predominantemente relações semânticas coordenadas e supraordenadas para os verbos. Já na resposta B, cerca de 85% das respostas foram palavras reais e em sua maioria estabeleciam relação de rima com o alvo. A resposta C teve cerca de 81% de respostas convencionais para substantivos e de 76% para verbos. Nos substantivos, a estratégia mais utilizada foi o circulóquio, enquanto que nos verbos itens de relação supraordenada.

Conclusão:Os resultados sugerem organização semântica e estratégias diferentes para nomear verbos e ações. Como perspectivas futuras, os dados serão submetidos a análises computacionais (grafos) e investigaremos o substrato neural desses aspectos lexicais em pacientes com lesões cerebrais.