Última alteração: 2015-10-02
Resumo
As indústrias sucroalcooleiras brasileiras geram uma quantidade enorme de resíduos que podem ser utilizados como biomassa, como o bagaço e palha de cana-de-açúcar, cuja finalidade é ser uma alternativa mais sustentável para a geração de energia. No entanto, o aproveitamento dessa biomassa apresenta algumas limitações como a baixa densidade, a produção dispersa, o estado físico sólido e a umidade, que dificultam o seu manuseio, armazenamento, transporte e aplicação nos processos de conversão energética. Uma possível solução para esses problemas é densificar a matéria orgânica através de compactação mecânica, originando os pellets ou briquetes. Nesse contexto, esse trabalho teve o objetivo de verificar as condições ideais no processo de produção dos briquetes a partir da mistura de bagaço e resíduo da limpeza a seco (RLC) da cana-de-açúcar, com o intuito de aproveitar os resíduos sucroalcooleiros e produzir um produto com alto poder energético e boa resistência mecânica. Parte fundamental da pesquisa foi a caracterização física, química e térmica da matéria-prima in natura, assim como dos briquetes produzidos. Realizou-se a análise imediata das amostras para a determinação dos teores de cinzas, umidade, volátil e carbono fixo. Além disso, determinou-se o tamanho médio das partículas dos resíduos da cana-de-açúcar, a densidade a granel de cada e o poder calorífico superior (PCS). Em relação às análises relativas ao processo de briquetagem, determinou-se as densidades a granel de amostras de bagaço, palha e blenda (50% bagaço, 50% palha) moídos em MESH 10 para umidades 5,5%, 10,5% e 15,5. Determinou-se também as resistências mecânicas dos briquetes variando parâmetros como temperatura, umidade e composição obtendo-se melhores resultados para briquetes de blenda a 10,5% de umidade e 60°C e briquetes de palha a 5,5% de umidade e 95°C. Foi possível também estimar a densidade energética de cada ensaio de compactação com os resultados de densidade aparentes e PCI calculados previamente, obtendo-se briquetes de palha a 5,5% de umidade e 95°C, de bagaço a 5,5% de umidade e 95°C e os de blenda a 10,5% de umidade e 60°C foram os que apresentaram melhores resultados.