Última alteração: 2019-08-28
Resumo
Em oposição aos movimentos identitários, os movimentos queer se pautarão menos pela demanda da aceitação ou da incorporação coletiva e focarão mais na crítica às exigências sociais, aos valores, às convenções culturais como forças autoritárias e preconceituosas. Nas escolas, as muitas formas de viver prazeres e desejos corporais são sempre sugeridas, anunciadas, promovidas socialmente, além de reguladas, condenadas ou negadas. Tendo em vista a pesquisa ainda incipiente sobre as muitas vidas LGBTQIA+ que se apropriam dos espaços universitários como lócus de sua formação, esta pesquisa busca cartografar as estratégias mobilizadas por estudantes universitários LGBTQIA, a partir dos espaços e das vivências na academia, para elaboração de diferentes estratégias de subjetivação e negociação de sua identidade. As transcrições das entrevistas semiestruturadas compuseram os enunciados que constituirão os dados após análise de discurso, com vistas a identificar as estratégias de subjetivação mobilizadas pelos estudantes LGBTQIA nas universidades e avaliar como resistem às heteronormatividades naturalizadas pelo sistema de educação superior brasileiro. Em primeiro momento, o movimento estudantil LGBT tenha se manifestado de forma clássica, seus membros têm incorporado as críticas institucionais em seu cotidiano, o que permite o desenvolvimento de novas formas de militância, além da promoção de visibilidade de formas de conflitos até então ignoradas ou subvalorizadas. As pessoas LGBT negociadoras são um produto da homofobia institucional que determina, arbitrária e unilateralmente, que todos os direitos e favores concedidos sejam resultado de mobilizações e agradecimentos, cessados até que o poder volte graciosamente a declarar que as negociações estão novamente abertas.