Tamanho da fonte: 

A descoberta dos antimicrobianos apresentou um grande avanço científico, podendo ser considerado um marco na história da saúde pública. Através dos agentes responsáveis pela ação de inibição ou destruição dos patógenos, incontáveis doenças infecciosas podem ser tratadas. Contudo, o uso exacerbado de antibióticos aumenta a pressão seletiva e, também, a oportunidade da bactéria ser exposta aos mesmos, facilitando a aquisição de mecanismos de resistência pelo micro-organismo, surgindo então a necessidade do uso de novas tecnologias no tratamento de doenças infecciosas. A natureza mostra-se repleta de recursos complexos, evidenciando a sua competência no quesito sobrevivência. Peptídeos antimicrobianos (PAMs) estão presentes em distintas fontes na natureza, sendo o estudado nesse projeto, encontrado na mucosa da pele do sapo Odorous frogs. Com base nesses compostos, esse projeto pretendeu estudar a atividade antimicrobiana do peptídeo Andersonin-D1, no intuito de aprimorar essa bioatividade, por intermédio de análogos com alterações pontuais da posição de aminoácidos, adicionando-se carga a molécula. A etapa sintética foi realizada por síntese em fase sólida. O material foi purificado em um sistema de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) obtendo pureza de 100% para os posteriores testes e caracterizados por LC/MS. Os materiais passaram em seguida por ensaio estrutural coma utilização de espectropolarímetro. Realizou-se também três testes biológicos: antimicrobiano com bactérias gram-negativas, ensaio de degradação enzimática em soro fetal bovino e hemolítico na presença de eritrócitos humanos. Os peptídeos análogos apresentaram propriedades antimicrobianas e não hemolíticas, além de mostrarem-se deconformação alfa-hélice, sendo materiais promissores para estudos futuros e aprofundados.