A matriz energética mundial é predominantemente composta por combustíveis fósseis, que vêm sendo explorados há muitos anos e atualmente movem grandes economias. No entanto, estas fontes são consideradas não-renováveis e esgotáveis, fazendo com que grandes nações procurem por fontes alternativas de energia, sendo uma delas a biomassa. O Brasil se destaca por possuir uma matriz energética já composta principalmente por fontes renováveis devido a abundância de recursos naturais do país e por ser essencialmente agrícola, sendo o agronegócio responsável por uma significativa parcela no PIB nacional. A grande quantidade de produtos agrícolas produzidos no país gera também grandes montantes de resíduos agroindustriais, como as cascas de amendoim que correspondem a 30% do produto integral. Esses insumos representam um desperdício de matéria energética, uma vez que são descartados geralmente de forma não sustentável. Uma tecnologia que pode ser utilizada para aproveitamento energético desse material é a densificação, conhecida também como briquetagem. O presente trabalho de pesquisa teve por objetivo principal avaliar os efeitos das condições de processamento da densificação sobre as propriedades de briquetes produzidos com casca de amendoim, visando à utilização dessa biomassa residual como fonte alternativa. Para isso, foram realizadas análises termoquímicas a partir de normas especificadas. Para as cascas de amendoim foram encontrados os valores de 10,15 ± 0,40% para umidade, 76,74 ± 0,27% de materiais voláteis, 2,92 ± 0,17% de cinzas e 20,39 ± 0,14% de carbono fixo, que indicam a possibilidade de usar a biomassa em processos termoquímicos. Os poderes caloríficos da biomassa foram obtidos, sendo 20,56 ± 0,26 MJ/kg o superior e 17,90 ± 0,27 MJ/kg o inferior. Após a briquetagem das amostras obteve-se modelos estatísticos para a influência da umidade e da temperatura de processamento na variação de massa, expansão volumétrica, resistência mecânica e densidade energética dos briquetes.  O ponto ótimo de briquetagem a partir do planejamento de experimentos foi o de maior temperatura e menor umidade, correspondente ao ensaio de 100ºC e 10% de umidade.