Este trabalho tem por objetivo estudar e caracterizar os padrões de variáveis meteorológicas internas ao município de Santo André e destacar as principais diferenças encontradas entre os pontos analisados. Para isso foram utilizados dados de temperatura do ar, umidade relativa, pressão atmosférica, radiação solar, direção e velocidade do vento e precipitação, disponibilizados pelo Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André (SEMASA), referente aos anos de 2011 a 2017, de estações distribuídas na área mais urbanizada de Santo André (faixa central – norte). Foram obtidas as médias mensais e diárias para caracterizar a sazonalidade e o ciclo diurno, respectivamente. Para identificar as diferenças entre as estações foi escolhida como referência a estação Camilópolis (norte), localizada em área mais adensada. Para precipitação foram calculados os acumulados diários e as médias mensais, além de ser aplicada a técnica dos limiares quantílicos de precipitação diária para identificar períodos extremos de chuva, a fim de separar os períodos muito secos e muito chuvosos predominantes na maioria dos pontos e avaliar as condições meteorológicas nos períodos críticos, baseando em informações de boletins e relatórios técnicos. Para o período analisado, os resultados mostraram que as variáveis são muito semelhantes no ciclo sazonal em todos os pontos estudados. No entanto, existem algumas diferenças que são ressaltadas quando se compara o ciclo diurno, como foi o caso da temperatura do ar, onde a estação Camilópolis mostrou-se mais quente do que as demais estações e também com menor umidade relativa. Para pressão atmosférica Tanque de Detenção (oeste) apresentou maior pressão. A direção e velocidade do vento são similares em todos os pontos, tanto em intensidade quanto nas direções mais frequentes, exceto no horário de mudança da direção do vento de noroeste para sudeste, que ocorre à tarde. Para precipitação, os resultados também são similares entre os pontos, onde apenas Tanque de Detenção apresentou a maior média no mês de janeiro e Erasmo Assunção (leste) a menor média em agosto. Foram identificados os anos de 2011 e 2013 como anos muito chuvosos, onde os extremos de precipitação estiveram associados, principalmente, à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e à passagem de frentes frias. O ano de 2016 foi muito seco, onde o déficit pluviométrico esteve a poucos e fracos episódios de ZCAS, podendo também ter sido influenciado pelo final de um El Niño muito forte, que favoreceu a ocorrência precipitação no Sul do Brasil.