Última alteração: 2019-09-24
Resumo
Introdução:
Um bom entendimento e conhecimento sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST) é pré-requisito para adoção de medidas de prevenção e tratamento. Porém, estudos têm demonstrado um aumento da sua incidência em todo mundo, principalmente entre adultos jovens. Sendo assim, espera-se que a população universitária, composta na sua maioria de jovens, com acesso a informações tenha conhecimento sobre as principais IST e isto contribua para um comportamento sexual seguro.
Objetivo:
Avaliar o conhecimento, atitude e comportamento sexual de risco, frente às principais IST, entre universitários de diferentes áreas do ensino.
Métodos:
Realizou-se um estudo de corte transversal observacional, com 188 estudantes de Direito e 303 de medicina na Universidade Municipal de São Caetano do SUL. Foram avaliadas características sócio-demográficas, conhecimento, atitude e comportamento de risco em relação às principais IST, através de um questionário validado pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Vigilância em Saúde, o qual foi respondido de forma anônima, após assinarem um termo de Consentimento livre e esclarecido. Foram realizados análise exploratória de dados através de medidas de resumo, testes de Mann-Whitney, Qui-Quadrado ou teste exato de Fisher para comparação entre os grupos.
Resultados:
A média etária dos alunos de Direito foi 26,6 anos e da Medicina 22,4 anos. Em ambos os cursos a maioria era do sexo feminino e 87% designavam-se heterossexuais. A maioria definiu-se como não tabagista, porém, o consumo de álcool atual ou eventualmente foi referido por 83,4% no Direito e 89,4% na Medicina, quanto ao uso de drogas ilícitas cerca de 30% disseram já ter tido contato alguma vez na vida. Quanto ao comportamento sexual em ambos os grupos mais de 70% não tinham parceiros fixos, sendo que 30,2% dos alunos de Direito disseram ter tido mais de 4 parceiros sexuais nos últimos 2 anos e na medicina 24%. O preservativo não foi utilizado em todas as relações sexuais em mais de 50% dos entrevistados, embora os da Medicina tenham maior frequência de uso nas relações casuais (p=0,0114). O conhecimento sobre as IST foi maior entre os alunos de medicina (p<0,0001) e estes consideraram o risco próprio de se infectar com HIV baixo ou nulo (p=0,0090). Dentre as IST a Donovanose foi a mais desconhecida, enquanto HIV, HPV e Sífilis foram reconhecidas por mais de 80% dos entrevistados.
Conclusão:
Em ambos os cursos os universitários demonstraram conhecer as principais IST, porém, possuem comportamento e atitude sexual de risco.
Palavras-chave: Infecção sexualmente transmissível, sexualidade, adolescente.