O objetivo do trabalho foi identificar as atitudes de 456 alunos que cursaram disciplina obrigatória voltada a conteúdos probabilísticos nos bacharelados interdisciplinares da Universidade Federal do ABC, no estado de São Paulo, Brasil, e relacioná-las com o seu desempenho acadêmico durante a realização da disciplina. Para tanto, adaptamos a escala de Elena Auzmendi considerando as atitudes em relação à probabilidade, composta por cinco fatores básicos (utilidade, ansiedade, confiança, prazer e motivação). Acreditamos ser a escala que melhor se ajusta ao grupo de alunos, pois nos cursos em questão os estudantes têm a oportunidade de trabalhar e desenvolver temas interdisciplinares, por meio de uma metodologia que incentiva a postura investigativa, estimulando a pesquisa e consequente produção científica, o que propicia os meios necessários para desencadear o processo de aprendizagem contínua no decorrer da sua futura vida acadêmica e profissional. Usamos a análise fatorial para estudar as atitudes dos alunos e estatísticas que descrevem a relação entre as avaliações aplicadas aos alunos durante a realização da disciplina e os domínios ou fatores gerados na escala que avaliar as atitudes dos alunos. Alguns dos resultados indicam que os alunos apresentam conotações negativas quanto à satisfação em lidar com questões relacionadas à Probabilidade, mas apresentam aspectos positivos ligados à sua utilidade para o mercado de trabalho. Destacamos ainda que as atitudes dos alunos estão significativamente relacionados com os resultados finais da disciplina que versa sobre conceitos introdutórios da Probabilidade e com a média final da disciplina. Acreditamos que as escalas de atitudes, como a utilizada em nossa pesquisa, permite um diagnóstico inicial no estabelecimento de estratégias que visem melhorar as atitudes, principalmente negativas que sejam detectadas, a fim de melhorar a predisposição dos alunos, como, por exemplo, na percepção de utilidade da Probabilidade tanto em sua vida cotidiana como em sua vida profissional como pesquisador. Por outro lado, não devemos esquecer que essas escalas devem ser instrumentos psicometricamente válidos para se obter um diagnóstico válido.