Este estudo tem por finalidade analisar genocídio da população negra enquanto violência letal institucionalizada a partir de duas frentes analíticas: 1) primeiro, analisar os alicerces de repressão da Ditadura Civil-Militar de 1964 no território de São Paulo, através de uma genealogia dos mecanismos e ideologias que legitimam a violação dos Direitos Humanos contra os movimentos negros, e assim entender como estes mobilizaram o conceito violência racial como subsídio para reivindicar outra realidade; 2) segundo, constatar os desdobramentos desse período para análise dos avanços conceituais e práticos no entendimento das violências cometidas contra a população negra, enquanto processos oriundos de um projeto de extermínio enviezadamente político. São subsídios teóricos sobre a repressão e marginalização dos Movimentos Negros e do Sujeito Negro frente às heranças da Ditadura Militar que fomentam a ideologia necropolítica instaurada na nação brasileira. Por último, a dedicação de contextualizar esses cenários tem por objetivo auxiliar a formulação de proposições de políticas públicas.