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Diversos estudos mostram um efeito de regressão à média em tarefas de reprodução temporal por voluntários humanos. Dadas diferentes distribuições de intervalos a serem reproduzidos, os mais curtos são superestimados e os mais longos, subestimados. No entanto, alguns aspectos da modulação das distribuições sobre esse efeito ainda necessitam ser investigados. O presente projeto pretende avaliar os efeitos da manipulação da frequência dos intervalos nesse tipo de tarefa. Quarenta voluntários humanos foram recrutados para realizar uma tarefa de reprodução temporal na qual foi manipulada a frequência de aparição dos intervalos. Os participantes foram instruídos a reproduzir as durações de uma série de 200 estímulos visuais, apresentados sequencialmente. Em cada tentativa, foram apresentados dois alvos circulares em uma tela de computador, sendo o primeiro o intervalo de referência, e o segundo aquele a ser reproduzido através da pressão de um botão. A primeira e a segunda metade do experimento seguiram distribuições de frequência de intervalos diferentes, porém com as mesmas durações, entre 650ms a 1300ms. Uma das distribuições foi denominada U (maior frequência de intervalos mais curtos e mais longos) e a outra, U-invertido (maior frequência de intervalos médios). A ordem das distribuições foi balanceada entre os participantes. A hipótese inicial do experimento era de que a distribuição U apresentasse menor regressão à média em comparação com a distribuição U-invertido. Essa hipótese pôde ser avaliada comparando, dentre alguns parâmetros, os coeficientes angulares da regressão linear simples entre tempo apresentado e tempo reproduzido para as diferentes distribuições. Os resultados mostraram que ambas distribuições apresentaram o efeito de regressão à média e em magnitude parecida. No entanto, foi observado uma ligeira tendência ao aumento da regressão a média ao longo do experimento, sendo que a ordem da apresentação U para U-invertido reforçou essa tendência. Conclui-se que a manipulação da frequência de intervalos, em um mesmo bloco experimental, não foi capaz de reverter o efeito clássico de regressão à média na tarefa de reprodução temporal.