Sistema de Submissão de Resumos, IX ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2019

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Descrevendo uma nova espécie de Macrotorus (Monimiaceae): o auxílio de técnicas citogenéticas na delimitação taxonômica
Paulo Ricardo de O. Costa, Ana Paula Moraes, Elton John de Lírio

Última alteração: 2019-09-27

Resumo


Os representantes da família Monimiaceae são encontrados predominantemente na Mata Atlântica, sendo muitas espécies endêmicas dessa região. A delimitação taxonômica da família é foco de estudos atuais devido à complexidade de classificação das espécies. Recentemente, a partir de coletas no Rio de Janeiro, indivíduos de uma população de Macrotorus, um gênero monotípico, chamaram atenção pela morfologia peculiar das folhas pubérulas, base obtusa, flores estaminadas glabratas, brácteas lanceoladas e estames de formato genuflexo (forma de joelho dobrado). Com base nessas características, levantou-se a hipótese de que essa população era composta por uma espécie nova do gênero Macrotorus. Visando complementar a análise morfológica, aqui apresentamos a análise citogenética comparativa entre os dois taxa: M. utriculatus, a espécie tipo, e os indivíduos coletados no Rio de Janeiro, a suposta espécie nova. Foram avaliados os caracteres de número cromossômico, padrão de bandas heterocromáticas via técnica de bandeamento CMA/DAPI e tamanho de genoma (GS). O número cromossômico foi determinado via mitose em células de raízes e as melhores lâminas foram submetidas ao bandamento. A análise de GS utilizou cinco indivíduos de cada taxa, todos analisados em triplicata em citômetro de fluxo. O número de cromossomos variou indicando diferença de ploidia: enquanto M. utriculatus apresentou 2n = 80 (poliploide), a espécie nova apresentou 2n = 40 (diploide). O padrão de bandamento CMA/DAPI mostrou bandas CMA+ discretas na região terminal de quatro cromossomos de M. utriculatus e dois na espécie nova. A análise de GS confirma o resultado da contagem de cromossomos, com a espécie nova apresentando metade da quantidade de DNA da espécie já conhecida: enquanto M. utriculatus apresentou 2C = 5,545pg, a espécie nova apresentou 2C = 2,644pg. Diante dos dados citogenéticos apresentados, corrobora-se a hipótese da nova espécie para o gênero Macrotorus, sendo que a espécie já conhecida do gênero apresenta uma origem poliploide, enquanto que a espécie nova é um diploide. Devido ao formato genuflexo dos estames observados na espécie nova, propõem-se o nome Macrotorus genuflexus para o diploide que está em fase de descrição.