A contaminação de corpos hídricos por pesticidas configura-se uma das maiores causas de desequilíbrios ecossistêmicos da atualidade, sendo a atrazina um dos agroquímicos mais comumente encontrados em águas e sedimentos. O objetivo deste trabalho foi investigar a transformação da atrazina em ambientes aquáticos e determinar se o sedimento de reservatórios naturais pode se tornar um sumidouro do composto atrazina após a contaminação da coluna d’água. Quatro reservatórios piloto foram montados a partir da preparação de um sedimento sintético – composto por areia média, argila branca e turfa – e preenchidos com água até a marca de 40 L. Os reservatórios foram monitorados por 43 semanas (300 dias), sendo dois destes contaminados com uma solução de 100 µg L^-1 de atrazina e dois mantidos em condições controle. Os parâmetros monitorados na água foram pH, oxigênio dissolvido (OD), sólidos totais dissolvidos (STD), cor verdadeira, turbidez e temperatura da água. Para caracterização do sedimento, realizou-se ensaio de granulometria para identificar a distribuição granulométrica da areia utilizada na formulação do sedimento. Os sistemas entraram em equilíbrio após 8 semanas e seus parâmetros não apresentaram variabilidade significativa após a adição da atrazina. A atrazina foi adicionada aos reservatórios na 14ª semana (100º dia) e quantificada nos reservatórios por Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massas (LC-MS) após 150 dias de sua adição. Constatou-se que a concentração inicial do pesticida na coluna d’água reduziu-se em 50%, indicando que o composto sofreu transformações físico-químicas e/ou biológicas na coluna d’água e no sedimento.