Fitoterápicos são medicamentos obtidos empregando-se, como princípio-ativo, derivados de drogas vegetais. São caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, como pela constância de sua qualidade. Como qualquer medicamento, o seu uso indevido pode ocasionar problemas à saúde, e até mesmo levar o indivíduo à morte. A cultura popular na utilização dos fitoterápicos ao longo dos tempos, e o seu fácil acesso corroboram para o uso indiscriminado dentro do contexto da automedicação. Ainda, o consumo combinado com determinados fármacos pode resultar em uma série de interações, desconhecidas pela população. Essas interações podem potencializar ou reduzir o efeito do fármaco trazendo riscos potenciais. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o consumo combinado dos fitoterápicos, principalmente na forma de infusões com fármacos pelos estudantes da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e a partir da análise dos dados, identificar os seus principais tipos, suas finalidades de uso, a frequência de consumo, as fontes de orientação e os possíveis efeitos de suas interações com fármacos. A partir deste levantamento foi considerado também o grau de conhecimento dos acadêmicos frente a possível interação entre os fitoterápicos e sua associação com os fármacos. Observa-se que a maioria dos entrevistados consome frequentemente algum tipo de chá, sendo prevalente o consumo de 1 copo de chá de 1 á 3 vezes por semana. Os chás mais consumidos foram o Chá Matte, Chá de Camomila e Chá de Erva Cidreira. O uso de fitoterápico foi relatado por apenas 7,5% dos participantes da pesquisa. Com relação ao conhecimento das interações entre fitoterápicos e medicamentos utilizados pelos voluntários, 90,4% assinalaram que não tinham conhecimento algum sobre suas possíveis interações com fármacos. As finalidades de consumo mais citadas foram a apreciação pelo gosto e sua ação calmante. As fontes de indicação mais citadas foram iniciativa própria e indicação por amigos/familiares, o que corrobora com importância da cultura popular dentro deste contexto. Somente uma pequena parcela dos voluntários afirmou conhecer os efeitos indesejáveis dos fitoterápicos consumidos, dentre eles, diarreia, insônia, suor excessivo, taquicardia, urina excessiva e entre outros a hipotensão. Portanto, neste estudo foi possível verificar que os estudantes da USCS apresentam pouco conhecimento sobre os possíveis efeitos colaterais resultante da utilização de fitoterápicos, assim como suas interações com fármacos de uso popular.