Última alteração: 2019-09-29
Resumo
Background: Antes de adentrarem à universidade, muitos dos acadêmicos de medicina não têm informações suficientes sobre a realidade do curso. Ao assumirem suas responsabilidades acadêmicas, ainda despreparados, enfrentam a complexidade e a diversidade de situações inerentes ao curso e sua nova realidade. Consequentemente, estão susceptíveis a situações que podem interferir em sua qualidade de vida. Objetivo: Este estudo tem por objetivo avaliar a qualidade de vida dos estudantes de medicina da Universidade Municipal de São Caetano do Sul em duas etapas do curso e comparar os resultados obtidos na forma intragrupo e intergrupo. Metodologia: O estudo longitudinal, aprovado pelo CEP, teve como local o curso de medicina da Universidade Municipal de São Caetano do Sul. O instrumento de avaliação da qualidade de vida foi WHOQOL-bref. Os alunos da primeira e oitava etapa, após assinarem o TCLE, responderam o questionário de qualidade de vida e uma avaliação socioecômica no início e ao final do segundo semestre de 2018. A análise dos dados foi realizada pelo Graphpad Quickcalcs.
Resultados: A análise intragrupo, referente à primeira etapa, apresentou uma diminuição nas médias dos domínios do WHOQOL, ao comparar a segunda aplicação com a primeira. Entretanto, a diferença não foi estatisticamente significativa. Na análise intragrupo da oitava etapa, comparação da segunda aplicação com a primeira, houve diminuição das médias, em números absolutos, em 3 dos 5 domínios abordados. Apesar da diferença demonstrada, não houve relevância estatística. Na análise intergrupo, apesar de a média da qualidade de vida ter sido menor na oitava etapa, em números absolutos, quando comparado com a primeira, a diferença não foi estatisticamente significativa. Conclusão: Apesar de diferença nas médias, ao analisar estatisticamente não observamos diferença na qualidade de vida entre os graduandos da primeira e oitava etapa. A teoria de que convívio com situações estressantes, aumento de responsabilidade, pressão para aprender, contato com pessoas doentes e com a morte, causaria alteração da qualidade de vida, não é verdadeira neste estudo.