Última alteração: 2019-09-29
Resumo
A relação materno-filial mostra-se importante desde a concepção até os cuidados referentes ao desenvolvimento e amadurecimento da criança. Com isso, sabemos que após o nascimento de um bebê, a mãe tende a se identificar com este filho para que possa compreender suas necessidades. Mas, quando esse bebê apresenta características que contrariam as expectativas, como acontece em diversas deficiências, a identificação com a criança pode ficar prejudicada. Visto isso, o presente estudo teve por objetivo investigar a experiência da maternidade frente a um diagnóstico de deficiência, verificando os aspectos mais saudáveis e mais frágeis da psicodinâmica das entrevistadas. Participaram desse estudo quatro mulheres mães de bebês com deficiência, sendo estas: síndrome de ondine, síndrome de down, paralisia cerebral e uma com diagnóstico ainda não conclusivo. Os instrumentos utilizados foram: Entrevista semi – diretiva; Procedimento de Desenho - Estória com Tema (DE-T); Escala Fatorial de Satisfação com o Relacionamento de casal (EFS-RC); Questionário Sócio demográfico, Escala de Autoestima de Rosenberg e Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo. Os resultados indicam que as mães que souberam da deficiência do filho ainda durante a gravidez tiveram mais facilidade na elaboração do luto vivenciado, permitindo que as mesmas consigam pensar sobre o futuro a longo prazo de seus filhos. Além disso, foi possível verificar que a presença de uma rede de apoio, em especial do cônjuge, durante o recebimento do diagnóstico e nos primeiros anos da criança são de extrema importância para o melhor desenvolvimento psíquico dessas mães. Com isso, ressalta-se a importância de novos estudos sobre o tema e de um sistema de saúde que permita um pré-natal detalhado, uma equipe médica especializada e preparada durante o parto e o acompanhamento próximo durante os primeiros anos de vida da criança.