Sistema de Submissão de Resumos, IX ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2019

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Barreiras reprodutivas em Epidendrum campestre.
Rafaela Cruz Sousa, Anselmo Nogueira, Ana Paula Moraes

Última alteração: 2019-09-30

Resumo


A espécie Epidendrum campestre apresenta populações a leste e a oeste do território brasileiro, porém há um gap nessa distribuição, de modo que traçando uma linha reta entre a população mais a oeste do estado de Minas Gerais e a população mais a leste no estado do Goiás temos uma distância de cerca 845 km, o que impediria o contato entre essas populações, visto que nenhum polinizador dentre os frequentemente observados nesse gênero cobriria tal distância e tampouco as sementes, mesmo sendo dispersas pelo vento, chegariam tão longe. Baseado na ocorrência desse gap surgem questões envolta da espécie E. campestre, sendo a principal a possível variabilidade entre as populações a leste e a oeste do gap de distribuição. Diante dessa incerteza foi analisado se há uma barreira reprodutiva dentre as populações de E. campestre.

Para verificar a presença da possível barreira reprodutiva foram realizados experimentos de cruzamento inter e intra-regionais, acompanhamento dos frutos e viabilidade das sementes geradas, seguido de análise do cariótipo, considerado a principal barreira reprodutiva pós-zigótica em plantas. Todos esses eventos envolvidos na reprodução da espécie poderiam levar à especiação.

Após analisar e acompanhar os experimentos de cruzamentos controlados na espécie Epidendrum campestre foi possível assumir que não há diferenças na formação inicial de frutos a partir de fecundação cruzada e autofecundação. No entanto, a partir do teste de viabilidade das sementes e análise dos tubos polínicos, sendo que ambos os protocolos foram feitos com fruto proveniente de autopolinização, é possível afirmar que as autofecundações abortam e apresentam embriões inviáveis, provavelmente por má formação dos tubos polínicos.

Até o momento parece não haver formação de barreira reprodutiva entre as populações a leste e a oeste do gap de distribuição, entretanto sem o fluxo gênico entre essas populações é possível que a diversificação seja um processo incipiente.