Garantir a permanência do estudante com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na universidade pode ser considerado um desafio, no sentido de gerar reflexões sobre a garantia de direitos desse público, ao considerar a Educação Especial enquanto modalidade transversal de ensino, desde a educação infantil ao superior. Um documento que tem sido considerado como estratégia fundamental de apoio ao estudante com TEA na educação básica se refere ao Planejamento Educacional Individualizado (PEI). Entretanto, o uso de tal documento enquanto direito educacional no âmbito universitário ainda se mostra como uma lacuna que precisa ser preenchida. O objetivo desse projeto foi identificar as barreiras e dificuldades enfrentadas por uma estudante com TEA, elaborar o seu PEI, em parceria ao professor de educação especial e professores da sala de aula comum e avaliar a viabilidade do seu uso, a partir do relato do próprio estudante. O trabalho foi estruturado no formato de estudo de caso, com aplicação de avaliações com a estudante com TEA, assim como conversas entre os professores envolvidos no quadrimestre letivo em que a pesquisa ocorreu. Os resultados mostraram que antes do PEI a estudante com TEA teve dois trancamentos de quadrimestre, quatro reprovações e sete cancelamentos de disciplinas, em seis quadrimestres. Após o PEI, análise de três quadrimestres posteriores, a estudante com TEA apresentou apenas um cancelamento de uma disciplina. Isso mostra uma redução número de trancamentos e cancelamentos de disciplina durante a permanência da estudante na UFABC, evidenciando a importância do PEI tanto para sua permanência, como para conclusão dos seus estudos acadêmicos, no âmbito da universidade.