Sistema de Submissão de Resumos, IX ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2019

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INVESTIGAÇÃO DE MARCADORES DA NEUROINFLAMAÇÃO NO HIPOCAMPO DE RATOS MAM TRATADOS COM O ANTIOXIDANTE N-ACETIL-L-CISTEÍNA
Thiago Takechi Bezerra, Cristiane Salum, Ana Caroline Lopes Rocha

Última alteração: 2019-09-30

Resumo


INTRODUÇÃO: Evidências mostram redução de interneurônios GABAérgicos parvalbumina positivos (PV) no hipocampo de pacientes com esquizofrenia e de modelos animais desta docença. Análises do encéfalo de esquizofrênicos mostraram redução da glutationa (GSH), principal antioxidante do sistema nervoso. Outros estudos mostraram redução de alguns sintomas em esquizofrênicos após o tratamento com a N-acetil-L-cisteína, precursora do GSH. A síntese do GSH ocorre principalmente nos astrócitos, cujo marcador celular é a proteína proteína glial fibrilar ácida (GFAP ), célula envolvida nos processos inflamatórios. O modelo MAM da esquizofrenia, é baseado na administração do acetato de metilazoximetanol (MAM) nas ratas no 17º dia de gestação (GD) gerando prejuízos no neurodesenvolvimento dos filhotes. Os ratos MAM apresentam alterações similares àquelas observadas na esquizofrenia. Apesar disso, não há estudos referentes à expressão de GFAP neste modelo. Estudos recentes de nosso grupo mostraram que o tratamento com NAC em ratos MAM reverteu alguns dos déficits comportamentais observados. OBJETIVOS: Nossos objetivos foram investigar no hipocampo dorsal dos filhotes MAM se o tratamento crônico com NAC altera a expressão de PV e GFAP. MÉTODOS: Os procedimentos foram aprovados pelo CEUA-UFABC (007/2014 e (8946130619/ 2019). As ratas grávidas foram tratadas com MAM (25mg/kg; i.p.) ou salina (tratamento1) no GD17 e os filhotes machos foram tratados durante 15 dias com NAC (250mg/kg; i.p.) ou salina (tratamento2) PN75-PN90. Depois dos testes comportamentais, os animais foram eutanasiados e seus encéfalos removidos para análise. Foram realizadas imuno-histoquímicas com 3,3’-Diaminobenzidina para detecção da expressão de PV e GFAP no hipocampo dorsal. A densidade total de células foi avaliada no CA1, CA2, CA3 e DG. RESULTADOS: ANOVAs de duas vias realizadas no JASP,.revelaram efeito marginal para o tratamento1 na densidade de GFAP no CA2 (p=0.073) e DG (p=0.068) e nenhum efeito para o tratamento2 (p=0.173). Não foi detectado efeito significativo na análise da densidade de PV no hipocampo dorsal para o tratamento1 (p=0.805) e tratamento2 (p=0.489). CONCLUSÕES: Resultados sugerem que o tratamento com MAM aumentou (marginalmente) a densidade de astrócitos (CA2: 22,1%; CA3: 27,2%; DG: 27,4%; porcentagem em relação ao controle) que pode estar associado com um processo inflamatório, mas nenhum efeito sobre a expressão de PV no hipocampo dorsal. O tratamento com NAC não causou alterações na densidade de GFAP e de PV. Mais estudos são necessários para avaliar os mecanismos de ação do NAC. FINANCIAMENTO: FAPESP (2018/22079-1), CNPq, CAPES and UFABC.