Sistema de Submissão de Resumos, IX ENCONTRO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA - 2019

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ANÁLISE DA CONECTIVIDADE FUNCIONAL POR MEIO DE RS-fMRI EM ADULTOS DE ALTO FUNCIONAMENTO COM E SEM DISLEXIA
Jade Antunes Nascimento, Katerina Lukasova

Última alteração: 2019-09-30

Resumo


A dislexia do desenvolvimento é uma dificuldade persistente no aprendizado da leitura apesar da inteligência dos indivíduos disléxicos estar adequada para idade e escolaridade. Estudos anteriores mostraram que há uma conectividade diminuída entre algumas áreas nos encéfalos de pessoas disléxicas em relação à pessoas não-disléxicas. O presente estudo buscou comparar a conectividade funcional em adultos de alto funcionamento com e sem dislexia de dois países e contextos linguísticos, brasileiros e tchecos. Objeticou se comparar a ativação neural em repouso registrada a partir da ressonância magnética funcional (fMRI) dos grupos por meio da criação de conectomas  e, também, de analisar dados de testes neuropsicológicos desses grupos. Para o estudo foram utilizados 4 grupos de 15 pessoas (disléxicos e não-disléxicos de ambos os países). Na avaliação neuropsicológica foram aplicados alguns instrumentos para a caracterização da amostra, como por exemplo o Teste de Nomeação Automática Rápida – RAN (DENCKLA e RUDEL, 1974) onde o desempenho é dado pelo tempo necessário para se ter acesso ao léxico de itens de 4 categorias (cores, letras, números e objetos). Para a análise da conectividade funcional, foram seguidos os seguintes passos: pré-processamento temporal e espacial das imagens estruturais e funcionais de MRI através da toolbox Conn (WHITFIELD-GABRIELI et al, 2012); parcelamento do encéfalo com o Atlas Shen (FINN et al, 2017); criação de conectomas dos indivíduos com as correlações de Pearson entre as séries temporais de cada par de regiões definidas no parcelamento; cálculo das correlações dos padrões de conectividade do conectoma com o desempenho nos testes neuropsicológicos. Os resultados neuropsicológicos com RAN mostraram pior desempenho nos grupos de disléxicos e controle em ambos os países. Os resultados de conectividade mostraram os hubs, regiões que mais se ativam sincronizadamente com outras regiões, sendo assim regiões cruciais de uma rede neural. Os grandes hubs identificados no grupo brasileiro controle mostraram correlação negativa com RAN: o córtex para-hipocampal, visual primário (V1), o giro pré-frontal inferior, o córtex motor suplementar e o giro fusiforme. No grupo brasileiro de disléxicos correlação negativa com RAN apontou para córtex motor suplementar, córtex visual e somato sensitivo primário, giro temporal médio, giro do cíngulo posterior. No grupo controle tchecos correlação positiva indicou córtex pré-frontal anterior, giro fusiforme, giro do cíngulo posterior. Já os grandes hubs negativamente correlacionados foram: giro temporal médio, córtex somatossensorial primário e visual secundário e pré-frontal dorsolateral. As implicações desses resultados ainda precisam ser analisadas, assim como o grupo de disléxicos tchecos.