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Análise da resposta glial astrocitária no córtex pré-frontal de ratos após anóxia neonatal
Última alteração: 2019-10-01
Resumo
Anóxia neonatal é a privação de oxigênio ao nascimento que pode levar ao desenvolvimento de sequelas cognitivas, comportamentais e motoras permanentes, como por exemplo a paralisia cerebral, TEA (Transtorno de Espectro Autista), déficits intelectuais, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, entre outros. Existe uma alta susceptibilidade do encéfalo à redução dos níveis de oxigênio, pois ele é responsável por grande parte do consumo energético, tendo como consequência morte celular em larga escala, principalmente em regiões mais vulneráveis, como o córtex cerebral e o hipocampo. As modificações metabólicas que ocorrem frente à privação de oxigênio envolvem redução drástica das reservas energéticas da célula e dos gradientes de Na+, resultando em falhas na recaptação do glutamato e incremento tóxico de glutamato extracelular, levando à morte celular por excitotoxicidade, tanto de neurônios como de células gliais. Dentre as células gliais, os astrócitos são os mais abundantes, correspondendo a cerca de cinco vezes mais que a quantidade de neurônios. Após um trauma ou lesão no sistema nervoso, os astrócitos proliferam, aumentam de tamanho e sofrem fibrose pelo acúmulo de filamentos, expressando maior quantidade de proteína acídica fibrilar glial (GFAP), conjunto de características conhecida como astrogliose ou astrocitose reativa. Assim, o objetivo do presente projeto foi verificar se a anóxia neonatal causa alterações na resposta glial astrocitária no córtex pré-frontal de ratos neonatos. Para a anóxia, foi utilizado modelo previamente validado e descrito em literatura; para análise da distribuição de astrócitos, está sendo utilizada a metodologia de imuno-histoquímica contra GFAP; foi também realizada a quantificação dos níveis proteicos de GFAP no córtex pré-frontal destes animais. Novos grupos foram adicionados ao projeto, com o objetivo de verificar os efeitos da fotobiomodulação na resposta astrocitária após anóxia neonatal. Não houve alterações dos níveis proteicos de GFAP no grupo submetido à anóxia neonatal, porém foi observado que a irradiação reduz os níveis de GFAP nos animais do grupo anóxia, sugerindo possível efeito modulatório da irradiação sobre a resposta astrocitária. Mais estudos, porém, são necessários para avaliar as consequências dessa modulação e seu potencial terapêutico.