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DETECÇÃO DA VIRULÊNCIA E DA RESISTÊNCIA DE ISOLADOS DE Staphylococcus aureus DE PACIENTES COM DERMATITE ATÓPICA ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DA FMABC.
Última alteração: 2019-10-04
Resumo
A Dermatite Atópica (DA) é uma doença de pele comum em crianças. Uma complicação da doença pode ocorrer devido à colonização por Staphylococcus aureus, especialmente por cepas virulentas. A habilidade deste micro- organismo em produzir toxinas merece ser investigada juntamente com a presença desta bactéria na microbiota de pele dos pacientes portadores de DA e seus respectivos cuidadores. Destaca-se a eficácia da descolonização e/ou tratamento destes pacientes de acordo com o perfil de sensibilidade de S. aureus aos antimicrobianos. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é determinar a incidência de indivíduos colonizados e avaliar o perfil de virulência e resistência de isolados de Staphylococcus aureus. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram coletadas amostras de pele (região inguinal, secreção nasal e lesões quando presente), as quais foram submetidas à cultura microbiológica por métodos clássicos. Os isolados bacterianos recuperados e identificados como S. aureus foram submetidos ao teste de sensibilidade aos antimicrobianos e detecção δ-toxina. RESULTADOS: Foi possível determinar que a taxa de colonização por S. aureus nos pacientes foi de 74,7% e 41,9% nos cuidadores. Os isolados apresentaram pouca resistência a ciprofloxacina e tetraciclina, entretanto apresentaram altos níveis de resistência aos macrolídeos e penicilina. Observou-se que 34,4% dos isolados apresentaram resistência induzida (teste D positivo) e 18,8% eram MRSA. A presença da δ-toxina foi evidenciada em 22,7% caracterizando um importante fator de virulência nestes isolados. DISCUSSÃO: A DA é uma doença que pode apresentar uma piora clínica dependendo da presença de micro-organismos potencialmente patogênicos presentes na pele de portadores. Neste estudo foi evidenciada uma taxa de colonização por S.aureus concordante com outras publicações. A presença desta bactéria na microbiota dos pacientes pode colaborar na piora clínica das lesões cutâneas, entretanto o presente trabalho não permitiu inferir que a presença de S.aureus estava relacionada com a gravidade da doença. CONCLUSÕES: O cuidador é uma possível fonte de colonização dos pacientes portadores de DA. Os isolados de S.aureus apresentaram boa sensibilidade a maioria dos antimicrobianos e baixa virulência. Estudos futuros são de extrema importância para relacionar a característica do micro-organismo com a gravidade clínica da DA.